MEMORIAL DE VIAGEM 2018

Apresentação da Viagem


A proposta deste trabalho com viagens e atividades artísticas nasceu da busca pela compreensão sobre o que é espiritual nos tempos atuais, em que temos tantas informações e possibilidades de exercitar a liberdade de escolha (livre arbítrio) e que justamente por isso, se torna difícil termos um caminho de autoconhecimento mais profundo. Na pesquisa sobre a relação dos celtas e cátaros com o ser de Cristo, bem como nas viagens anteriores encontrei um caminho, que viveremos nessa viagem de 2018, como Parsifal à busca do Graal, só que agora nos dias atuais recordando o passado para construirmos no presente, o futuro.

 

 “O CAMINHO DO GRAAL NOS DIAS ATUAIS – ANAM CARA” que significa “amigos de alma”, será sempre o nome norteador de todas as viagens promovidas pela organização Anan Cara, fundada em fevereiro de 2017 para administrar e organizar o que for necessário, fazendo parcerias de acordo com cada tema e locais visitados a cada ano.

. O tema Graal será visto de várias formas, tempos e lugares por onde os mistérios antigos permearam os caminhos celtas e o cristianismo esotérico, neste ano na Inglaterra, Irlanda do Norte e República da Irlanda. Bem como, a ligação do Graal com José de Arimatéia, Parsifal e Rei Arthur e a evangelização de Maria Madalena.

 

“Hoje a natureza da importância do Graal é multifacetada, mas é como o cálice usado para o vinho na última ceia, assim é o mundo de corpo e alma: um graal que tem no sangue a consciência de Cristo, como é o corpo e alma do Ser humano. Um graal que pode realizar Cristo, isso é sangue e consciência. O caminho do Graal é apenas o caminho da perfeição que devemos caminhar para tomarmos consciência desta realidade espiritual objetiva.”

                                                                                                                                Adriana Koulias, julho/2015

 

Este caminho promove, por um lado, conhecer e vivenciar lugares antigos e místicos e a busca do conhecimento sobre temas polêmicos,como a força do feminino sagrado que nos leva numa viagem pelas lendas do Graal, Parsifal e o rei Arthur nos lugares místicos em Glastonbury (Avalon),Tintagel e Cornualha na Inglaterra e a participação da cultura celta nesses conteúdos que nos trazem o encontro do cristianismo esotérico com o paganismo nas terras mágicas da Irlanda, com a Deusa ou Santa Brigid. Numa peregrinação externa nos lugares que ainda mantém energia telúrica e memória do passado e ao mesmo tempo numa peregrinação interna através de atividades artísticas, rituais, partilhas, etc...

 

Que os nossos Caminhos nos unam nesta Jornada pelo Graal nos dias atuais!

 

 

                                                                                               A todos, um ótimo Caminho!


ROTEIRO DE VIAGEM – INGLATERRA  / IRLANDA DO NORTE E REPUBLICA DA IRLANDA

Setembro de 2018

07 a 13 de setembro: inglaterra (Glastonbury, Cornualha, Tintagel, Avebury e Stonhenge)

07/09 (sexta) – Embarque 

Partida do aeroporto de origem com destino a Londres, Inglaterra. Reunião do grupo no aeroporto internacional de Guarulhos, São Paulo

 

08/09 (sab) – desembarque em Londres pela manhã, tranfer para Glastonbury com visita ao Museu das bruxas e poço de Madron, na Cornualha.   Pernoite no Premier Inn Glastonbury.

  

09/09 (dom) – tour a pé pela city, visita a Abbey Glastonbury e igreja Maria Madalena. Pernoite Premier Inn Glastonbury.     

  

10/09 (segunda)- iniciação no Chalice Well poço da antiga Avalon e peregrinação ao Tor, onde tem a Torre de Micael encima do monte dos mundos das fadas, resto da tarde livre. Pernoite Premier inn Glastonbury.)    

 

11/09 (terça) – tour a Avebury, vila que tem círculo de pedras onde cruzam as linhas energéticas de Maria e Micael, depois visita a Stonhenge. Pernoite Bossiney House Hotel, Tintagel.

 

12/09 (quarta) –  visita aos lugares mágicos e telúricos de Tintagel, cidade da caverna de Merlin e King Arthur’s Castle. Pernoite Bossiney House Hotel, em Tintagel.     

 

13/09 (quinta) –  tempo livre e  transfer ao aeroporto de Londres voo para Belfast – Irlanda do Norte no final da tarde. Pernoite no  Maldron Hotel Internacional Airoport, em Belfast.

13 a 15 de setembro: Irlanda do Norte (Belfast, Armagh e  Faughart)

14/09 (sexta) – após café da manhã tour em  Belfast, tempo livre. Pernoite Maldron Hotel Belfast

           

15/09 (sábado)  – Visita a Armagh, cidade onde São Patricio patrono da irlanda, fundou primeira igreja católica romana e onde  nasceu São Malaquias (profecias dos 112 papas) . Pernoite Maldron Airport Belfast.

  

16/09 (domingo)  – partida para Faughart (  onde nasceu Sta Brigida, visita ao poço) rumo a Rep. da Irlanda, vale do Rio Boyne. Pernoite  Boney Valley Hotel Co. Meath ou similar

16 a 23 de setembro: Republica da Irlanda (Newgrange,Tara, Slane,Glendalough, Cliffs, Poulnabrone, Kildare, Clonmacnoise,LoughGur, Killarney, Ilha de Michael,Dublin)

17/09 (segunda)– passeios no Rio Boyne, Newgrange/ Knowt, Hill of Tara, Hill of Slane. Pernoite Boney Valley Hotel Co. Meath ou similar

         

18/09 (terça)–  Clonmacnoise, monastério de monges celtas, Cliffs of Moher beleza ímpar natural e dolmen de Poulnabrone, sitio arqueológico celta. Pernoite no Treacy West County (Ennis ) ou similar

  

19/09 (quarta)– viajaremos para Killedy  visitar LoughgUr – Grande círculo de pedras usado pelos celtas para rituais . Pernoite  The Ashe Hotel                 

 

20/09 (quinta) –  Peregrinação até rocha St Michael Islan,  fundação sagrada sairemos de barco. Caso o tempo não permita faremos passeio locais sagrados. Pernoite  The Ashe Hotel

  

21/09 (sexta) – viagem e  visita a Cathedral de Kildare e ao  Holly  Well Brígida. Pernoite no City West hotel ou similar

 

22/09 (sábado) – atividades em  Glendalough. Pernoite Academy Plaza Hotel o similar                                                    Opcional:TempleBar

 

23/09 (domingo)- tour a pé por Dublin,  Trinity College – Museu de arqueologia e catedral de Saint Patrick. Pernoite no Academy Plaza Hotel                  

Opcional: Jantar com espectáculo Irlandês en Merry Ploughboys Pub

 

24/09 (segunda) – manhã livre em Dublin e a tarde transfer ao aeroporto de Dublin. Voo para o Brasil para os que retornam e vôo para Escócia para quem segue viagem opcional.

Opcional:   Escócia

24 a 30 de setembro :   Edimburgo, Inverness , Oban, ilhas Iona e Mull

Opcional:   Escócia

 24 a 30 de setembro : Escócia (Edimburgo, Oban, ilhas Iona e Mull, Inverness)     

                                                      

24/09 (segunda) – chegaremos a Edimburgo, vindos do aeroporto de Dublin a tarde.  Pernoite em Edimburgo.

25/09 (terça) –  tour pela cidade, pontos turísticos e patrimônios .  Pernoite em Edimburgo    

26/09 (quarta) – cedo partida para Oban, litoral da Escócia. Pernoite em Oban.

27/09 (quinta) – passeio de um dia nas ilhas hébridas de Iona (mosteiro de monges celtas) e Ilha Mull.  Pernoite em Oban. 

28/09 (sexta) - manhã livree a tarde vamos para Inverness. Pernoite em Inverness.            

29/09 (sábado)– tour por Inverness, terra de magia e castelos e a tarde vamos à Findhorn (opcional) . Pernoite em Inverness.

30 /09 (domingo) – manhã livre e a após almoço partida para aeroporto de Edimburgo para voo Londres/ Brasil. Chegada ao Brasil, com certeza com o coração repleto de paisagens belas e muitas vivências que reverberarão por um longo tempo em nossa alma.


Oração ao Santo Graal

 

Sagrado Cálice do Senhor,Derrama sobre nós Teus códigos de Vida,Derrama sobre nossas almas a

 

Chama Sagrada do Espírito Santo.

 

Ó Sagrado Cálice do Senhor, Comunga conosco eternamente,

 

Dissipa de nossas vidas as agressões do mal. Mas une, dia e noite, nossos corações ao princípio da Fonte Primordial.

Ó Santo Cálice de Luz e de Sabedoria,

 

Dá-nos de beber o Sangue Divino de Cristo.

 

Aspiramos redimir-nos, Desejamos amar-Te, Senhor, cada dia mais. Hoje nos consagramos como dignos filhos da Deusa e de Deus.

 

Amém


RELATO DA VIAGEM

 

Viagem: uma jornada por lugares de influencia da cultura celta no sudoeste da Inglaterra e Irlandas

Locais visitados: Inglaterra (Glastonbury, Cornualha,Tintagel, Avebury e Stonhenge)

                              Irlanda do Norte (Belfast, Armagh e Faughart)

                              República da Irlanda (Newgrange, Tara, Glendalough, Cliffs, Poulnabrone, Kildare, Clomacnoise, Kllarney, Dublin)

Inglaterra

1.  08/09 seg       Iniciamos nossa jornada chegando do Brasil por Londres e já no aeroporto de Heatrow, pegamos com o agente de turismo contratado um micro onibus de 26 lugares que nos levou direto para nossa primeira visita na Cornualha, The Museun of Wiatchcraft and Magia.

                      Só que isto, significou viajar mais outro tanto. E só depois de enfrentarmos uma estrada por longos 371 kilometros e quase 5 horas de viagem devido ao trânsito na saída de Londres, é que chegamos à Cornwall, em Boscastle, uma pequena localidade onde se encontra o pequeno e bizarro museu da bruxaria. Para mim, um local um tanto estranho, com artefatos de magia e de magia negra também, vudu e afins, devidamente arranjados dentro dos cômodos de uma antiga casa de dois pisos. Contudo é lá que se encontra uma bonita pintura da roda do ano e suas celebrações, do tempo dos celtas. E isto me fez valer a pena a visita!

                     Feita a visita, seguimos viagem voltando para Glastonbury. Mais 201 km e 2 horas de estrada, até chegarmos na nossa primeira hospedagem. Onde foi o maior stress até conseguir se ajeitar as acomodações. Pois os quartos, que seriam corpartilhados, eram todos com cama de casal e a princípio sem cafe da manhã. Aí depois de vários telefonemas entre agentes de viagem e gerente de hotel, a solução foi armar “camas de campanha” e garantir que se teria desjejum no hotel. O que não sabíamos é que o tal desjejum era uma caixinha de papelão que cada um buscava na portaria para comer no quarto, contendo um suco de laranja pequeno, um bolinho tipo muffin pequeninho, um pote de flocos de milho e um pouco de leite 100% orgânico, mas tudo em embalagens descartáveis... rsrs. E o pior... dormiriamos neste local por 3 noites.

2.      09/set  dom      Dia seguinte, abstraídas todas as frustrações e incomodações da hospedagem, fomos até o centro da pequena Glastonbury conhecer o Goddess Temple e a Abbey Glastonbury.

                      O Goddess Temple é um local particularmente devotado `a Deusa de Avalon, onde sacerdotisas dedicam- se ao desenvolvimento espiritual. Local onde são oferecidos cursos e ensinamentos a cerca desta deusa e o mundo espiritual na compreensão celta.  

                      Lá fomos recebidos por uma sacerdotisa, uma brasileira que há muitos anos reside na Inglaterra, a Nandini, que amorosamente nos recebeu num dos espaços de cursos e nos contou acerca da Deusa de Avalon e nos conduziu como grupo em algumas vivências.

                   Uma das vivências, foi a de cada um de nós receber a benção de seu colega que o antecedia no sentido horário do circulo que formàvamos; e por sua vez abençoava ao colega que o seguia. Para tal foi usado um óleo com essência de rosas que é nativa daquela região, que era sutilmente colocado por quem estava abençoando, na maioria das vezes, na fronte e na altura do coração de quem estava recebendo a benção, enquanto era falado palavras que ocorriam a cada um de serem ditas ao seu colega naquele momento. Foi um momento muito bonito, onde tiva a plena sensação, de que cada um acolheu o que lhe foi oferecido e ofereceu o seu melhor ao outro.                       

                Depois, ela nos orientou a cada um pegar uma tirinha de um papel especial que estava ali , enquanto ela acendia uma vela acomodada com areia em volta, num recepiente de argila, como uma espécie de uma tigela rasa redonda. Cada qual de seu lugar mesmo, onde estava sentado em círculo, seguindo um a um, se aproximava do recepiente de argila e colocava o seu papelzinho, onde deveria ter mentalizado tudo aquilo que desejava deixar para trás, de modo que este pegasse fogo, queimando instantaneamente! O interessante era a maneira rápida que o papel entrava em combustão sem deixar resíduos. Parecia mágica!! E deste modo cada um, uns assustando-se, outros em maior calma, todos foram queimando suas inquietações e como que ficando mais leves e mais soltos...

               Feito isto, ela pegou um novelo de lã de cor roxa e nos orientou o modo como cada um deveria pegar aquele novelo com a mão direita, recebendo-o de seu colega novamente no sentido horário, e segurando o fio com o polegar da mão esquerda; enrolá-lo no pulso desta mão por tres vezes, falando em voz alta tres desejos do que gostaria de manifestar no mundo. Depois passar o novelo ao seu colega seguinte, de modo que num primeiro momento ficamos todos  no círculo interligados pelo fio de lã, que passava no pulso esquerdo de todos. Logo em seguida foi oferecido uma tesoura, que passava de um para o outro, cada qual cortando o fio de lã que o ligava ao colega que o antecedia e assim sucessivamente, até todos ficarem com um pedaço de fio , com suas próprias intenções, que foi amarrado de modo ali ficar como uma pulseira. E a sugestão foi a de se deixar até que este caisse espontaneamente. O que me trouxe uma impressão de assumir naquele momento perante aos demais, um compromisso comigo mesma. O que foi muto bom!

               E finalmente, ela nos falou para pegarmos uma carta do Oráculo que estava delicadamente disposto no centro do círculo que formávamos, e vermos o que este nos falava para nosso momento de vida. Fiquei muito feliz com a carta que tirei que me disse ser momento de seguir os desejos de meu coração, que os Anjos estão me apoiando, orientando e protegendo enquanto meus sonhos se tornam realidade. Uau!!

              Passamos ali umas duas horas ou mais sem percebermos o tempo, e olhando agora tudo como transcorreu, sinto como se num primeiro momento, o das benções entre nós, é como tivéssemos sido colocados em igualdade, sem vergonhas ou preponderâncias, todos somos Um. Para então nos conectarmos com nossas inquietações do passado e delas nos libertarmos, queimando-as na chama sagrada. E assim, nas intenções do que queremos manifestar, pudéssemos nos dar conta do fio roxo espiritual que nos une enquanto humanidade, e que só de modo separado, individual, cada um carregando as suas em seus pulsos, em suas ações, irmos nos posicionando no presente. Para então,  com a ajuda das forças do Oráculo, de todos os Deuses, todas as Deusas e dos Anjos, nos coloquemos a caminho ao encontro deste futuro.

              Depois de nos despedirmos da sacerdotisa da Deusa de Avalon, tivemos um tempo para almoço e mais tarde seguimos até a Abbey de Glastonbury.

              A Abadia de Glastonbury, uma das mais antigas instituições religiosas das Ilhas Britânicas, com raízes na história e nas lendas. Foi construida entre os seculos sete e dez, por se considerar que ali tenha sido o local onde o cajado de Jose de Arimatéia floresceu. E se considera ali estarem os restos mortais de José de Arimateia, bem como os do Rei Arthur e sua rainha Guineviére. Por isto desde o século doze ter sido fortemente associada com a lenda do Rei Arthur por também se considerar que Glastonbury ser a antiga Avalon. Daí ser escolhido este lugar, para acontecerem duas atividades distintas. Uma que seria o inicio do trabalho paralelo de grupo com a estória de Parsifal e trabalho de feltragem, atividade que iria ser desenvolvida ao longo de toda a viagem. E a outra, a de se fazer ali, duas cerimonias celtas de casamento. É que no grupo de viagem participavam dois casais que desejavam celebrar sua união, numa cerimonia de casamento de modo como os celtas faziam. As quais foram celebradas pelas coordenadoras da viagem que se dedicam a estudos da cultura celta e se prontificaram a efetuar o cerimonial.

FELTRAGEM 1.  Depois de recebermos individualmente um saquinho de tecido contendo o material necessário e as meadas de lã coloridas, iniciamos o trabalho de feltragem baseados numa primeira parte da estória de Parsifal (de Wolfrang) ali mesmo, sentados na grama sob a sombra de uma frondosa árvore nos arredores das ruínas da abadia que se situa numa propriedade de 14,5 ha, zelosamente cuidada em seus espaços, que conta com as ruínas, extensos gramados com arvores, área para piquenique, um lago, um ervanário e um pomar de macieiras; pois a maçã representa para os celtas o conhecimento e a magia.

               Terminada a tarefa de feltragem, cada um explorou o local a seu modo, visitando os locais dos túmulos mencionados. O de José de Arimateia na parte do subsolo da antiga abadia, onde alguns de nós comentou ter sentido forte campo energético. E o local onde acredita-se ficava o altar mor da igreja da abadia, onde estariam sepultados Arthur e Guineviére. E enquanto fazíamos isto, o local escolhido para se realizarem as cerimonias de casamento era escolhido e  preparado.

              Aproveitando o dia ensolarado entre nuvens, a primeira cerimonia foi celebrada ao ar livre no pomar das macieiras, de modo simples composto pela celebrante que trouxera consigo material representativo dos quatro elementos e que recebeu o casal através de um corredor formado por nós outros, que depois nos dispusemos em círculo, e assim foi abençoada a união daquele casal.

              A outra celebração que aconteceria, ocorreria de um modo um pouco diferente pois seria outra a celebrante e o casal fizera questão de trajarem roupas confeccionadas especialmente para a ocasião. Então algumas de nós  ficaram ajudando a celebrante a reunir material da natureza colhidos ali no local a serem anexados aos elementos, que seriam dispostos no centro do círculo; enquanto todas as demais mulheres foram auxiliar a noiva a trocar a roupa ali mesmo, segurando mantas e encharpes e ficando em seu redor para que esta pudesse se despir e ser vestida com o vestido que preparara. Isto tudo meio a risos e falas alegres e divertidas. E neste meio tempo os poucos homens participantes do grupo, auxiliavam e distraiam o noivo.

            Quando tudo estava preparado e o noivo estava por receber a noiva que se aproximava e poderem entrar no círculo, fomos sumariamente interrompidos por uma funcionária da instituição acompanhada de um guarda do local, dizendo que não era permitido fazer nenhum tipo de cerimônia naquele local e exigiram que o grupo se dispersasse imediatamente. E foi o que aconteceu....

             Passados a frustração e o susto inicial, a celebrante combinou com o casal que então em outro local, provavelmente na Irlanda, a celebração se realizaria.

3.  10/09  seg    No terceiro dia, algo muito especial nos aguardava, a visita ao Chalice Well.

                   Ainda no pátio do hotel, primeiramente observamos algumas plantas e árvores próximas e em seguida, fizemos um exercício de apresentação pessoal, onde cada um falou o seu nome , a cada um dos demais participantes do grupo , olhando diretamente nos olhos, um por um. Feito isto, seguimos ao Chalice Well, um poço sagrado, que desde tempos imemoriais é reverenciado como símbolo de força vital contínua e ilimitada.

                  O nome deste poço e da colina arredondada de Tor que se ergue próxima, onde se encontra a Torre de Michael, está ligado às lendas cristãs e Arturianas que abundam em Glastonbury. O nome Cálice é de oigem medieval, torno de 1210, cuja lenda sugere que José de Arimatéia, tio avô de Jesus, trouxe para Avalon o Cálice da Última Ceia (ou mesmo duas ânforas contendo o sangue e o suor do Cristo crucificado) e que depositou sob a colina sagrada por onde jorrava a fonte ensanguentada. É que a água do poço é inteiramente pura e não poluída, proveniente duma nascente muito funda e desconhecida. Como é uma água muito rica em ferro, deixa uma cor avermelhada nas margens por onde passa, daí ser chamada de “Fonte Vermelha” ou a “Fonte do Sangue”.

                O poço principal ganhou um tampo em 1919, feito em carvalho inglês que está adornado com o símbolo “Vesica Piscis” em ferro forjado, com uma “lança sangrando” que o atravessa. Este símbolo formado de dois círculos que se entrecruzam é universal e representa a união entre o Céu e a Terra, do Espírito com a Matéria, do Consciente com o Inconsciente, do Masculino com o Feminino. E não por mero acaso, no jardim de Chalice Well as correntes gêmeas das linhas de energia cósmica (ley-lines) de Michael e de Maria atravessam o jardim no seu percurso da Abbey ao Tor, antes de dirigir-se ao Círculo de Pedras de Avebury.

               E não por mero acaso, neste local, foi onde recebemos uma “iniciação”.  Antes de adentrarmos os espaços do Jardim do Chalice Well, fomos orientados a silenciosamente assim que encontrassemos o símbolo do “VesicaPiscis” desenhado na calçada, sobre ele fizéssemos uma pausa para irmos conectando com nosso mundo interno e depois aguardássemos até sermos convidados a irmos em fila indiana, ainda silenciosamente, até uma primeira fonte, onde uma das organizadoras da viagem, que é uma terapeuta holística; fazia um ritual de limpeza e purificação, passando da água da fonte sobre nossas cabeças e tronco.

               Logo, seguiamos até uma segunda fonte ou poço, onde outra organizadora da viagem, responsável por toda a pesquisa destes lugares e conteúdos da cultura celta, devidamente aparamentada com uma veste branca, nos recebia e silenciosamente nos orientava a nos colocarmos devidamente com os pés, um de cada lado da pequena abertura aparente daquele poço, de modo a ficarmos alinhados verticalmente com sua força energética e pudéssemos assim receber a cura e a benção emanadas pelas palavras que espontaneamente viessem até nós, através de alguma fala dela. Pouco lembro do que esta me falou, tamanha a força que me acometeu em choro forte que logo depois serenou. E esta simplesmente assentiu e me indicou com um meneio de cabeça a direção que eu devia seguir para ir ao encontro do Chalice Well, propriamente dito e da  terceira organizadora da viagem, que nos aguardava um a um, para nos dar suporte, se necessário, com as forças energéticas do poço principal na contemplação do “Vesica Piscis” em ferro forjado de seu tampo.

               Depois disto cada qual seguia uma direção que melhor lhe aprouvesse naquele momento, para ficar em silencio consigo mesmo e em contato com toda a energia preponderante que emana por todos os cantos daquele jardim, táo bem cuidado e protegido pelos Taxacos, árvores consideradas sentinelas e guardiãs sagradas de lugares de rituais cerimoniais dos Celtas e Druídas. Bem como por tres Espinheiros-Alvares, árvores consideradas descendentes, segundo a lenda, da original que brotou do bordão pastoral de Jose de Arimatéia, quando de sua chegada a Glastonbury. Árvore muito especial porque floresce durante os períodos mais importantes do calendário cristão, no Natal e na Páscoa.

                Foi uma vivência muito importante e significativa para todo o grupo, que silenciosamente comungou de algo sagrado em irmandade. Saímos dali em harmoniosa frequencia em peregrinação para enfrentar a subida do Tor.

               O Monte Tor se eleva proeminente e reina solitário pela planície de Glastonbury. Lá emcima reina ainda mais absoluta a torre de Saint Michael. A subida até lá é feita diretamente por um caminho a ceu aberto que depois se transforma numa escadaria rudimentar, na tentativa de facilitar a subida.  Conta-se que antigamente os druidas e sacerdotisas faziam uma peregrinação seguindo um caminho escondido pela vegetação que ia circundando o monte numa espiral. Até tentamos fazer deste modo nossa subida, mas os caminhos se misturam e se perdem e meio que ficamos so andando em círculos. Aí desistimos e seguimos humildemente pela escadaria mesmo. Lá em cima o sol nos acariciava o corpo, mas o vento gelado e forte insistia também em se manifestar em rajadas cortantes. Permanecemos um tempo, até que todos, cada qual no seu ritmo, chegasse lá. Para, junto com uma das organizadoras e no ritmo de seu tambor celta, fazermos um movimento em espiral. Entrando até um centro e dali retornando em sentido oposto, cantando a Espiral–espiral. Me senti como uma criança brincando ao sol de um dia frio e temperamental.

               Fizemos uma foto em grupo depois de termos nos permitido ainda, ser conduzidos por outra das organizadoras, a sentados juntos uns dos outros,  buscarmos sentir a energia do lugar, emanadas na força da terra que se eleva e sustenta ainda a torre dedicada a Michael e toda sua abrangência, visto dali ser possível ter um visão panorâmica de 360 graus  de toda aquela região, tão permeada de fontes, segredos e mistérios.

              Depois disto tudo, o restante do dia foi deixado livre. Só voltamos a nos encontrar em grupo para um jantar num Pub, ofertado pela agencia organizadora da viagem.

4.    11/09 ter         No quarto dia, nos colocamos em viagem com nosso micro onibus e seu motorista temperamental até Avebury, onde visitaríamos círculos de pedras que estão alinhados com a linha energética cósmica de Michael que passa também pelo Chalice Well; e logo depois do almoço, seguiríamos viagem até Stonehenge, o grande círculo de pedras.

             Os círculos de Avebury, formados por enormes pedras, envolvem a cidadezinha de uma rua só, datada de2500 a.c. e só são visíveis de modo nítido numa visão aérea, devido sua amplitude. Formam um dos maiores monumentos Neolíticos da Europa, datando de 5.000 anos atrás sendo mais antigo que Stonehenge. Mesmo sendo considerado um importante centro espiritual, a estrada local faz uma intersecção com o monumento e os visitantes podem caminhar livremente por entre as pedras que abriga boa parte da própria cidadezinha, até mesmo um Pub, que tem uma curiosa mesa sobre um poço amaldiçoado. Que foi onde almoçamos, antes de seguirmos viagem.

             Já Stonehenge é uma das mais impressionantes construções megalíticas do mundo, datado de 3.100 a.c. É uma formação de pesadas e enormes pedras de mais ou menos 50 toneladas e 5 metros de altura dispostas de forma circular concêntrica, que inicialmente estava alinhado com o por do sol do último dia de inverno, 21 de junho, e com as fases da lua. Muito até hoje ja se pesquisou e discutiu sobre possíveis finalidades sem grandes esclarecimentos, o que contribui para sua magnificiente imponência nos desafiando na compreensão de tantos mistérios. Hoje um lugar muito explorado turisticamente, e que possivelmente rouba do lugar seu caráter maior de santuário.

            Terminada a visitação a Stonehenge, seguimos viagem até Tintagel. Um vilarejo próximo ao mar que abriga as famosas ruínas do castelo do rei Arthur e a caverna de Merlin. Local onde as estórias do Santo Graal se cruzam novamente, e por isto mesmo onde fizemos , a tarde no hotel, mais uma parte de nossa atividade de feltragem baseada na continuidade da estória de Parsifal.

5.   12/09 qua       No dia seguinte, depois do café da manhã, fomos até as ruínas do King Arthur’s Castle, num belíssimo penhasco a beira mar, onde la embaixo numa pequena prainha com algumas cavernas escavadas pelo no mar nos rochedos, se encontra uma de maior tamanho, que conta a lenda ser a caverna de Merlin.

           Lugar belíssimo que nos remonta a muitas estórias e lendas do ciclo arthuriano, eternizadas por livros como Brumas de Avalon. O grupo primeiramente passeou pelas antigas e minguadas ruínas do que se imagina ter sido o castelo onde Arthur teria sido concebido sob efeitos de magia de Merlin, na tentativa de preservar a união entre o pagão e o sagrado. Daquilo que se chamou dos dois Dragões que poderiam vir a se destruirem.  Contudo para mim, foi lá embaixo na prainha formada entre dois costões, onde existem cavernas escavadas no rochedo pela força do mar, que algo se revelou. Não sou muito aficcionada a entrar em cavernas ou grutas, mas aquela atribuída a Merlin, como que me convidou a adentrar sem receios ou temores. E eu me permiti ir entrando devagarinho, observando todas aquelas rochas que revelam grande diversidade de consistência, formação e coloridos, de modo que não me intimidei com a escuridão que me envolvia cada vez mais. Cuidadosamente fui adentrando, cuidando para não escorregar na areia sobre as pedras do chão ou pisar na água do mar deixada por ali por força da maré. E foi aí que fui surpreendida. Pois quando me arrisquei a ir mais fundo e imaginava me deparar com um grande breu, percebi por detrás de uma rocha, que a escavação fazia como que uma curva e, que escondia inicialmente do olhar curioso, uma pequena abertura para o outro lado. Ah... havia uma saída. “Havia luz no final do túnel”! E isto foi muito reconfortador e festivo para minha alma! E me ficou claro, que as trevas na maioria das vezes, são simplesmente passagens estreitas para outras luminosidades! E isto foi muito bom!

FELTRAGEM 2 - Talvez, toda aquela beleza natural e forças dos elementais, que se sente tão presentes neste lugar, me permitiram no momento da atividade de feltragem, fazer contato com minhas dores anímicas, e não conseguir ficar até o final da atividade em si, e me recolher no quarto para chorar aquela profunda tristeza, tal como Parsifal. E isto também foi muito bom! Pois retornei mais tarde para o jantar com o grupo, sentindo-me aliviada e tranquila.

              Depois do jantar, tivemos um momento em grupo de partilha, sobre como estava sendo para cada um a experiência de viagem até então e também para nos despedirmos de 3 participantes que retornariam deste ponto ao Brasil, não seguindo com o grupo para as Irlandas. E então, no dia seguinte no aeroporto de Londres, no Heatrow, nos dividimos pela primeira vez. E agora de 21 participantes, passamos a 18, dos quais somente 12 fariam a experiência de viagem até o final, na Escócia.

6.  13/09 qui      Noutro dia cedo, tomados nosso farto “breakfast”, pegamos as malas e mais viagem pela frente até aeroporto. Quando contávamos se todos estavam no ônibus, vimos que o casal proprietário e que trabalhavam nas funções de hospedagem, vieram carinhosamente nos dar um adeus e desejar uma boa viagem... fiquei a me perguntar, teriam eles se contagiados pelo nosso jeitão brasileiro?!! Vai ver, também há ingleses bem humorados!!

             O traslado de Tintagel até o aeroporto de Londres, foi bastante tenso por conta do trajeto de 413 kms, mais o intenso tráfego nas proximidades da grande capital inglesa, mais fila por causa de um acidente ocorrido, somado a fleuma inglesa do motorista que independentemente de nosso estado de ansiedade se chegaríamos a tempo e não perderíamos nossos vôos, fez sua parada de 30 min exigida por lei. Bem... nem tudo se dá um jeitinho ou se arranja com palavras, pois mesmo tendo sido falado e explicado, nada o demoveu do seu cigarro e café. Conduto, mesmo que esbaforidos e muito nervosos, chegamos em tempo hábil!

Irlanda do Norte

             Todo o stress decorridos de chegarmos ou não, alfândega e demais inspeções, lá fomos nós com destino a Belfast, capital da Irlanda do Norte, que faz parte do Reino Unido e por isto a moeda continuava sendo a famigerada Libra Esterlina. E para contribuir com nosso cansaço do dia, o voo que pegamos pela British Airwais, desceu num aeroporto menor, sendo que nosso transfer nos aguardava no outro aeroporto, que ficava praticamente do lado do Hotel que nos hospedaríamos. Mais um tempo de espera, e mais alguns km, até chegarmos ao hotel, mas chegamos!

7.  14/09 sex        No dia seguinte, conhecemos o motorista e o guia local que nos acompanhariam por todo nosso trajeto pelas Irlandas. O guia era espanhol e “falava” um pouquinho de português; e o motorista irlandês, todo sorrisos.

            Fomos levados, num tour turístico pelas ruas de Belfast, enquanto o guia nos contava sobre a divisão existente entre os católicos e os protestantes e todas as guerras separatistas, entre as Irlandas e com relação à Inglaterra. Sendo que Belfast, tem uma parte da cidade, literalmente separada uma da outra, por um muro, que separa bairros protestantes de bairros católicos. Sendo só no centro da cidade, na zona comercial que a separação não se mostra tão nítida. E há muitos pontos memoriais aos mortos e pinturas em paredes, alusivas às ideologias de cada lado.

            Para amenizar um pouco a sensação tensa por tamanhos conflitos, por sorte tivemos a oportunidade de na continuidade do tour pela cidade, sermos apresentados a bela e arrojada arquitetura do edifício do Museu do Titanic. Que para minha surpresa, fui informada que o trágico famoso navio tinha sido construído em estaleiros de Belfast. Outra curiosidade está numa das poucas montanhas próximas da cidade, onde é possível visualizar, como que o perfil de um gigante deitado, que dizem ter inspirado Jonathan Swift, o escritor anglo irlandes do livro As Viagens de Gulliver editado em 1726.

            Depois fomos conhecer a belíssima Universidade de Belfast, a Quenn`s University Belfast.  Lá vimos um vitral com as quatro virtudes cardeais da Filosofia : Coragem, Sabedoria, Temperança e Justiça, onde logo abaixo se encontra a famosa escultura de Galileo sentado, cuja lenda diz que se tocar o pé da estátua tem-se muita sorte.

8.  15/09 sab        Noutro dia fomos visitar um sítio arqueológico The Navan Centre – Emain Macha, em Armagh, onde existe um antigo monumento cerimonial, que considera-se ter sido um dos grandes sítios reais da Irlanda gaélica pré-cristã. Foi um lugar de visitação muito agradável, onde primeiramente assistimos um apresentação audio-visual, e logo em seguida fomos levados para uma área externa onde existe construído uma morada desta época gaélica com todos os artefatos usados na época, onde fomos recepcionados por um casal de atores, vestidos a caráter, que nos receberam como visitas em sua morada e iam dramatizando os costumes e  os papéis masculino e feminino na lida diária, de modo lúdico e instrutivo. Com o que nos divirtimos bastante. Depois a guia do local nos levou por uma trilha onde ia mostrando várias espécies nativas de plantas curativas e árvores que os celtas costumavam cultivar, até chegarmos ao monumento.

               O monumento cerimonial na verdade era uma elevação de terra arredondada proeminente, circundada por um caminho especial, para ir levando os discípulos de modo concentrado e em silêncio até o seu topo amplo, de onde podiam se avistar as quatro direções. O vento lá encima era bastante forte e frio naquele momento, o que nos impediu de ficar mais tempo ou prestar muita atenção às explicações .  

FELTRAGEM 3 - A noite num salão do Hotel, trabalhamos mais uma vez ouvindo a estória de Parsifal, e numa correlação com os acontecimentos na estória de vida do personagem. A tarefa era colocarmos no trabalho de feltragem algo que representasse quando em nossas vidas também tivemos um momento difícil e nos afastamos de Deus. Acredito que pelo fato da última vez que eu havia trabalhado na minha feltragem, ter emergido sentimentos deste momento difícil em minha vida, me foi fácil colocar algo bem expressivo. Usei de uma cor escura de lã e fiz um grande redomoinho!

República da Irlanda

9.  16/09 dom     Mais um dia, o nono de nossa jornada. Agora atravessamos a fronteira entre as Irlandas e entramos na República da Irlanda, que conseguiu separar-se do domínio Inglês. Muda a moeda, passamos agora a usar o Euro. Mas antes um pouco disto, da passagem, ainda na Irlanda do Norte, visitamos a Catedral de Downpatrick, igreja ao lado de onde se assegura ser a tumba de San Patrick, o padroeiro da Irlanda. Outra lenda conta que, junto a San Patrick, estão enterrados Santa Brígida e San Columcille, tornando o lugar venerado como uma espécie de santíssima trindade irlandesa.

                 Ainda de manhã, fomos visitar um conjunto arqueológicodo Vale do Boyne, um importante complexo de pedras neolíticas. O local tem importancia, devido ter pontos, que são tumbas como que recobertas por camadas de terra e vegetação, formando uma elevação no terreno, que tem uma porta principal, formando um corredor, permitindo que nos dias específicos a luz do sol entre e vá até o ponto principal onde está o túmulo. Dois deles, o Newgrange e Dowth, tem alinhamentos solares nos Solstícios, enquanto que outro, o Knowth, tem alinhamento solar no Equinócio. Que suscitam questionamentos de quem realmente os construi, pois só tem inscrições em forma de espirais, retangulos e triangulos, que até hoje não se sabe o que indicariam e remontam a tempos de antecedem as pirâmides do Egito. Os celtas vieram para esta região bem depois.

            Neste mesmo dia, depois do almoço, tínhamos um encontro marcado com Elaine, uma Xamã devota da deusa Brigid, que nos acompanharia em uma vivência no Hill of Tara, uma colina perto do rio Boyne, que faz parte de um complexo arqueológico que se estende por uma imensa área, local onde antigamente o rei dos reis da antiga Irlanda era coroado, e que hoje em dia é usado por visitantes e morados locais como um grande parque.

            A vivência que tivemos foi estarmos em um lugar gramado, mais afastados das pessoas que vão ao local em família para as crianças brincarem e correrem a vontade, e ela, depois de formarmos um círculo, num ritual xamânico evocou a força dos quatro elementos. Usou para isto, uma lanterna de Brigid com uma vela acesa representando o elemento fogo, uma tigelinha de cerâmica com água para o elemento água, uma pena de alguma ave para o elemento ar e uma outro recipiente com ervas curativas representando a terra. Material que depositou no centro do círculo que fizemos entorno. Depois pegou de uma flauta e entoou um melodia graciosa e envolvente e devagarinho foi nos ensinando a letra da canção, que ela mesmo compusera. Depois foi demonstrando os gestos e movimentos pertinentes para daí então, nos conduzir a cantarmos e dançarmos junto com ela e sua bela voz, a música. Um momento tão envolvennte que muitos de nós se sentiram tão a vontade, que tiramos casacos e sapatos, indepentemente do vento frio e do chão bastante úmido.

            Um momento muito bonito que me ficou gravado na lembrança como uma brisa suave e encantadora que soa de modo harmonioso a melodia na minha cabeça toda vez que recordo a cena. Em seguida ela, com seu largo sorriso generoso, nos convidou a seguí-la por um caminho na relva, depois de solicitar que quatro de nós, cada qual carregasse até um outro local próximo dali, os representantes dos elementos que haviam sido consagrados. Este outro local era um lugar onde havia uma árvore de porte mediano solitária chamada Árvore das Fadas, onde depositamos no chão os representantes dos elementos trazidos, como dádivas. E respeitosamente alguns de nós, que ganhamos ali no momento das organizadoras da viagem algumas fitinhas consagradas de cores diferentes simbolizando cura, flexibilidade, alegria, paz, e espiritualidade, as colocamos em alguns dos galhos daquela delicada árvore. Foi algo singelo e tranquilo. Depois seguimos até o local específico onde conta a lenda, o rei dos reis era coroado e que ao passar rente com seu cavalo do menir que existe ali, um monumento pré-histórico de pedra, a Liath Fáil, a pedra do destino, e que se ela cantasse ele era um rei legítimo.  Quando nos foi apresentada a tal pedra do destino, brincamos de colocar a mão direita sobre ela e dar algumas voltas em seu redor para tentarmos sentir o que ela poderia nos cantar sobre nosso destino. Fiquei com a impressão de que ela se ela cantou algo para alguém, ninguém quiz contar.... rsrs!! Agradecemos e voltamos para o hotel descansar.

10. 17/09 seg    -   Pernoitamos no caminho, em Drogheda,   No outro dia, amanheceu chuvoso e tínhamos estrada a enfrentar, mais 247 km, iríamos até os Cliffs of Moher, a atração natural mais visitada da Irlanda. No caminho, passamos por Clonmacnoise, e visitamos as ruínas de um mosteiro que se tornou um dos centros de aprendizagem e religião mais importantes do centro da Irlanda, que sobreviveu aos ataques viquingues e às guerras anglo-normandas. No seu entorno tem muitos símbolos da cultura celta.

               Depois, seguindo viagem, logo começamos a avistar ao longe, do lado direito da estrada, umas montanhas não muito altas. Que chamavam a atenção por sua formação rochosa, como que lascas de pedras empilhadas de cor mais esbranquiçada. O caminho continuava a se aproximar destas e começou a subir de modo suave. Lá encima, num local de aspecto muito interessante, onde as pedras ficam aparentes e revelam, além de seu aspecto poroso, sulcos maiores em linha reta entre elas, responsáveis pela grande captação de águas daquela região. Que nas partes baixas contribuem para a formação de terrenos de turfas, que resultam em propriedades de conservação do que  é enterrado, que permitiram muitos artefatos e corpos humanos terem sido encontrados em ótimo estado de preservação. Lá no alto encontra-se o Poulnabrone Dolmen, que é uma tumba pré-histórica de portal.

                A chuva continuava nos acompanhando e seguimos nosso caminho até os Cliffs, sabendo que a visitação teria que ser com pouco tempo, devido as condições climáticas e já se aproximar o fim do dia. Uma pena! Pois realmente é grandiosa esta maravilha da natureza, que ainda nos desafiou com rajadas de vento fortíssimo e gelado!

FELTRAGEM 4   - A noite no Hotel, tivemos mais uma etapa da estória de Parsifal e a tarefa era encontrarmos onde em nosso caminho reencontramos luz; e de algum modo representativo integrá-lo com as formas ou desenho que começava a se delinear no trabalho de feltragem. Depois daquela última forma de redemoinho escuro que eu havia inserido, me vi com dificuldade de como dar continuidade. Pois eu havia me proposto desde o início, não direcionar demais, como sempre foi meu costume em tudo na vida. E agora me via em apuros, diante de um cenário sem formas ou imgens prévias, a não ser o tal redemoinho sobre um fundo com algumas nuances de cores. Tentei direcionar com algumas lãs mais coloridas, para aquilo se tornar uma árvore ou flores, sei lá... sem muito sucesso.

11.   18/09 ter      Mais um dia. Viajamos, agora com sol, em direção a Kildare e no caminho conhecemos o Killedy, um círculo de pedras não tão grandes, com a sua parte interior rebaixada, onde fomos conduzidos por uma das organizadoras da viagem e seu tambor celta, a fazer uma celebração de agradecimento aos antepassados. E depois aproveitamos e caminhamos até a margem do grande lago, Lough Gur, e ficamos ali contemplando sua placidez e beleza.

            Seguimos viagem rumo a Killarney, parando para almoçar no caminho. Chegamos em Tralee e alguns de nós aproveitamos a sugestão do guia e fomos a noite assistir uma apresentação folclórica local.

12.   19/09 qua    Noutro dia, devido a um furacão na costa estatudienense, a chuva aumentara com rajadas de vento muito fortes e o passeio que tínhamos foi suspenso. Tivemos uma manhã livre e ganhou-se uma nova programação, para a tarde irmos a um grande parque num passeio de charrete as margens de um lago. O que foi agradável, apesar das condições climáticas, que amainaram um pouco.

FELTRAGEM 5 - À noite no Hotel ouvimos a estória de Parsifal até o final e tínhamos o desafio de finalizar nosso trabalho de feltragem. Fiquei um tempo diante de meu trabalho, sem saber por onde prosseguir, pois aquela intenção de árvore ou flores não estava me agradando. Coloquei intencionalmente um tanto de lã de um amarelo vivo no centro daquele redemoinho e fui indo sem muito julgamentos, colocando mais lã coloridas, no que me sugeriu a princípio uma espiral. Tinha visto ao longo dos últimos dias, tantos desenhos pre-históricos circulares e espiralados que me pareceu ser uma saída fazer mais espirais coloridas. Mas o resultado não me agradava nem um pouco. Até que me afastei um pouquinho e de repente vi que pareciam olhos. Sim, olhos bem grandes de um pássaro. E neste momento meu coração se alegrou!! É isto! E a medida que acentuava aqueles dois olhos imensos e conseguia transformar a velha intenção do tronco da árvore num bico de ave, fui ficando mais e mais contente! Pela primeira vez consegui fazer um trabalho artístico de modo artístico verdadeiro, a “criatura” surgiu a despeito de quem estava criando. Saí dos meus antigos conceitos, de suavidade, objetos delicados, numa cena bucólica a distancia como uma paisagem.... Fiz algo provocativo, intenso, cores fortes que intimida pela proximidade. E o melhor de tudo, sem me preocupar com o que os colegas poderiam achar, eu estava gostando do que via e pronto!

             Fechamos a atividade, cada um escrevendo num pequeno pedaço de papel o que lhe vinha espontaneamente, como que em forma de um pequeno verso. E quem desejasse, após o término da tarefa, podia ir conversar com a organizadora, sobre seu processo.

15.    20/09 qui  -  No dia seguinte seguimos viagem por mais 240 km a caminho de Kildare e sua Cathedral e ao Holy Well Brigid, e a chuva recomeçou.

            Depois de viajarmos um bom trecho, chegamos ao local do Holly Well Brigid, um local ao ar livre, meio a natureza onde só havia alguns pequenos altares, sem abrigos. E este era o local onde havia sido planejado ser feita uma cerimônia, um ritual de purificação com bençãos da deusa Brigid.

             Mesmo que de modo calmo, continuava a  chover ininterruptamente. Nos agasalhamos com nossas capas de chuva e em silencio, um a um, passamos pelo portal, onde foi colocado e acesa uma vela de cor amarela como dádiva à deusa, e acendíamos, cada um de nós, tbm uma vela amarela, que à princípio manteríamos conosco durante o ritual, mas que devido a chuva incessante, deixamos quase todas ao lado da primeira vela no pequeno altar.  Seguimos todos até o local onde existe uma estátua desta deusa ao lado do poço, local onde a organizadora da viagem responsável pela consagração, promoveu o ritual, consagrando pedaços pequenos de tecido verde juntamente com pedaços de fitinha verde, que cada um pegaria para trazer consigo, como uma proteção para seus momentos difíceis.

             Tudo ocorreu de modo sinlencioso, onde só se ouvia as palavras de consagração e o tamborilar dos pingos d’água nas pedras, no pequeno riacho, no teto das 3 poucas sombrinhas, nas capas de chuva e no charco do gramado. O que talvez tenha sido poucos minutos, já pareciam horas. Depois fomos até mais ao fundo do terreno e cada qual prendeu numa árvore, algumas daquelas fitinhas verdes em nome da bem aventurança daqueles que lhe são caros.

               E a chuva não dava trégua. E ali era o local que lá, sob o pomar de macieiras, havia sido combinado com os noivos, que se celebraria sua união. E assim se fez! Ficamos por mais alguns intermináveis minutos sob a chuva enquanto a celebração de casamento se desenrolava. Apesar do frio, pela umidade exessiva, a maioria de nós se manteve ali firme e se alegrando com as bonitas palavras trocadas entre os noivos. Foi um momento muito bonito e forte. E provavelmente por graça da deusa, nenhum de nós adoeceu, apesar de ficarmos com os calçados e parte debaixo das roupas muito molhadados. E foi muito bom entrarmos no nosso microônibus aquecido, por gentileza do motorista.   

               Depois disto seguimos viagem até Kildare, trecho onde a grande maioria cochilou um pouco, no aconchego do ar aquecido. Chegamos na cidade e fomos conhecer a Catedral de Santa Brígida. Situaçães onde o pagão se encontra com o profano e é santificado, a exemplo da tumba existente na ala esquerda da igreja, que apesar de ser a tumba de um bispo, numa das beiradas do tampo, na parte inferior existe a imagem de uma cena de uma figura feminina de pernas abertas, que fica bem escondida.

              E coincidentemente aconteceu um fato curioso, de certo modo relacionado ao profano e pagão, quando estávamos chegando na nossa próxima hospedagem, que era um destes hotéis grandes, com espaços para conferências e eventos, com campo de golfe etc e tal, com capacidade para 600 hóspedes, já nos arredores de Dublin. É que ao estarmos chegando lá, uma das integrantes do nosso grupo, na maioria mulheres, brincou que tinha visto na internet que naquele hotel estava acontecendo um evento com 40 homens, que estavam procurando mulheres para casar. Foi aquele alvoroço! Ainda mais quando o ônibus passa frente a porta principal do hotel, uma meia dúzia de homens sai de lá de dentro. Nossa... que agitação! Ainda mais, que a cada minuto, cruzávamos com vários homens, de todos os tipos e idade, pelos extensos corredores, até chegarmos aos nossos quartos. Mais tarde, quando descemos até ao Pub do hotel para comer algo, o fenômeno se repetiu. Acho que nunca vi tantos homens interessantes por metro quadrado quanto naquele lugar. Depois ficamos sabendo, que era por causa de um grande campeonato de Pôquer e outros jogos que estavam acontecendo. Mas que foi divertido, foi! E também interessante sentir a energia daquela força masculina! Pena ficarmos hospedados ali, somente esta noite.

14.  21/09  sex -     Noutro dia cedo seguimos viagem pelos arredores de Dublin até Faughart, na Irlanda do Norte novamente, numa das primeiras ruínas cristãs e local santuário de nascimento de Santa Brigid. Depois retornamos à Dublin, onde ficaríamos nossos 3 últimos dias de viagem e o restante do grupo depois seguiria para a Escócia.

15.  22/09 sab -      Dia seguinte, fomos passear e conhecer um lugar belíssimo, numa região de lagos e montanhas em Glenalough, onde há o Mosteiro de Saint Kevin. Que mesmo o dia um pouco chuvoso não tirou a beleza, com o que ficamos maravilhados. A tarde tivemos livre para irmos no comércio.

16.   23/09 dom -  FELTRAGEM 6 -  Logo após o café da manhã, fizemos no saguão do hotel uma pequena reunião de partilha sobre nosso processo de feltragem, onde cada um simplesmente colova, a sua frente no chão, seu trabalho e lia o pequeno texto que tinha escrito em voz alta. Um momento muito bonito e intenso, onde cada um se mostrou sem julgamentos e foi acolhido por todos os demais.

             Logo em seguida, neste último dia de passeios em Dublin, fomos conhecer no centro da cidade,  a Universidade Trinity College e sua belíssima biblioteca, que é antecedida por uma exposição do Livro de Kells, um famoso manuscrito dos Quatro Evangelhos, ricamente ilustrado. Esta visita me tocou de modo especial. Pois eu ja tinha visto algumas das tais ilustrações do Livro de Kells, de modo aleatário, ilustrando outros textos, desconhecendo totalmente sua procedência. Então, quando constatei suas origens, fiquei maravilhada.

              E à noite tívemos um jantar num Pub, com show de músicas irlandesas e dança típica.

 

17.  24/09 seg -   Traslado e despedidas. Pois seis de nós regressaríamos ao Brasil e os outros 12 integrantes do grupo seguiram para a Escócia para mais 6 dias de peregrinação.

FOTOS

Inglaterra - Glastonbury / Tintagel / Avebury / Stonehenge

08/09 sab – chegada e viagem até Cornualha, The Museun of Wiatchcraft and Magia. (371km)

GLASTONBURY - 09/09 dom -   Avalon – Goddess Temple /  Abbey Glastonbury

10/09 seg -  Chalice Well – “Iniciação”

11/09 Mar e os campos da Cornualha

AVEBURY e STONEHENGE

12/09  TINTAGEL  - Ruínas Castelo Rei Arthur e Caverna de Merlin

13/09 sufoco traslado até aeroporto de Heatrow - Londres Viagem para Irlanda do Norte – chegada Belfast - aeroporto

IRLANDA DO NORTE – Belfast

13/09 quin -  City Tour por Belfast

14/set – sex  -THE NAVAN CENTRE - ARMAGH

3ª etapa da FELTRAGEM  a noite no hotel (dor e afastamento de Deus)

15/09 SÁBADO – SEGUIR VIAGEM RUMO REPÚBLICA DA IRLANDA

REPÚBLICA DA IRLANDA

Newgrange  Tara  e Cliffs

17/09 4ª etapa de FELTRAGEM – noite no hotel  (reencontro do caminho)

18/09  Killedy e o lago Lough Gur - Círculo das Fadas –cerimônia de agradecimento aos antepassados

19/09 sex  -  Tralee – passeio pela Irlanda das águas

19/09 5ª etapa da FELTRAGEM – DESAFIO da finalização do trabalho

20/09 qui  -  No dia seguinte seguimos viagem por mais 240 km a caminho de Kildare e sua Cathedral e ao Holy Well Brigid

22/09 sab – Glendalough (arredores Dublin)

Dublin

23/09 dom  - Universidade Trinity College e o Livro de Kells