ORAÇÃO CELTA

Que os teus olhos sejam dois sóis olhando a luz da vida em cada amanhecer.

Que cada dia seja um novo recomeço, onde tua alma dance na luz....

Que em cada passo teu fiquem marcas luminosas de tua passagem em cada coração.

 

Que em cada amigo o teu coração faça festa, que celebre o canto da amizade profunda, que liga as almas afins.

Que em teus momentos de solidão e cansaço, esteja sempre presente em teu coração a lembrança de que tudo passa e se transforma, quando a alma é grande e generosa.

 

 

 

OS CELTAS

Quem são os celtas?

 

Não formavam uma tribo única, e sim grupos bastante diferenciados. Os bretões ou kimrys ocuparam a Bretanha francesa e o País de Gales; os gálatas Asia Menor; os gauleses, grande parte do que hoje é a França. Os germânicos lhes fizeram uma guerra de extermínio: os boios, uma de sus tribos, que ocupavam o que é actualmente a Boêmia, lhe lhe deram seu nome, foram suprimidos pelos germânicos de maneira tão radical que os autores clássicos famaram do "desertum boiorum", o território osem população. Assim, não se pode falar de uma "raça celta" e sim diversos povos de diferentes origens que compartilhavam certas características. Alguns traços comuns de língua, instituições sociais e religiosas e, em geral, formas de vida, permitem considerar a idéia de um "povo celta".

Até o término do século 5 a.C., os celtas da Europa oriental ou cultura de "Halistatt", extraiam ferro para fabricação de armas e ferramentas, no tempo que se estendiam por todo o continente, chegando à França e passando à Peninsula Ibérica, como afirmam os primeiros historiadores gregos. Para muitos "La Tene" representa a primeira cultura que se pode chamar propriamente de celta. Os gregos distinguiam entre estes celtas orientais, aos quais chamaram Galatoi e os do oeste da Europa, denominados "Keltoi". Os romanos especificavam mais, e chamam "Galli" (gauleses) aos celtas de França; aos das Ilhas Britânicas, chamaram de duas formas: "Britanni" (britânicos) e "Belgue" (originários de Bélgica).

Compartilhavam uma cultura e costumes religiosos e sociais, tinham uma língua e tradições artísticas comuns. Estavam divididos em tribos aristocráticas governadas por chefes militares empenhados em continuas lutas internas. As enormes distâncias que separavam umas tribos das outras debilitaram a comunicação e favoreciam a desintegração. Ao final do século 3 a.C., a influência dos celtas na Europa estava em declive. Não transcorreu muito tempo antes que fossem ameaçados em várias frentes pelos germanos, dácios e romanos. Um século mais tarde, apenas uma parte do vasto território seguia sob seu controle. Somente a Galia e as Ilhas Britânicas conservavam sua independência e identidade.

No século 1 a.C., Galia foi invadida pelo imperador Júlio César e incorporada ao Império Romano. A Grã Bretanha foi rebatizada com o nome de Britania. Os celtas formavam uma sociedade militar governada por valentes reis e rainhas guerreiros. Além de magníficos guerreiros, os celtas foram excelentes camponeses. Basearam sua economia num amplo comércio a aprenderam de gregos e romanos como cunhar moedas.

Todo este tempo, a Irlanda celta, livre de qualquer intento invasor, tinha desfrutado de uma paz e independência quase absolutas. Como resultado deste clima de tranqüilidade, sua cultura, tradições e língua (que os lingüistas chamam "goidelic") e que em sua forma moderna se conhece como "gaélico", puderam sobreviver muito mais tempo que em qualquer outro lugar do mundo celta. Na verdade, a ordem social da Irlanda permaneceu virtualmente intacta até muito depois de a ilha se ter convertido oficialmente ao cristianismo. Por esta razão, a mitologia irlandesa tem conservado sua cultura melhor que qualquer outra mitologia celta.

 

OS DRUIDAS

  

Os Druidas eram os sacerdotes e magos, mestres e juízes. Desde o início da história celta foram uma classe educada e respeitada por sua sabedoria e conhecedores de seus próprios poderes como intermediários entre as tribos e os deuses.

Estes homens eram conhecidos como druidas (palavra que originalmente deriva de um termo para "o conhecimento do cedro" ou "profundos conhecimentos").

Os druidas formavam uma classe privilegiada, isentos de impostos e serviço militar, isso atraía grande número de jovens, que buscavam iniciação na ordem, Houve três categorias desses sábios: os bardos, que imortalizavam a história e as tradições da tribo; os auguristas, que faziam os sacrifícios e adivinhavam o futuro; e os druidas propriamente ditos, que conheciam as leis e a filosofia, conservavam a antiga sabedoria celta.

Os bardos adquiriam seu conhecimento pela tradição oral e reconstruindo as genealogias de seu povo, compunham versos para seus chefes e outros aristocratas. As escolas bárdicas, onde se ensinavam essas artes, floresceram na Irlanda ao final do século 7.

As atividades jurídicas dos druidas eram de vital importância na sociedade celta. Todos com jurisdição própria, intermediavam disputas individuais, homicídios e pleitos sobre limites territoriais e heranças. Suas decisões eram indiscutíveis.

Os druidas eram filósofos da sociedade. Eles estudavam os movimentos dos grandes corpos, a astronomia, o tamanho do universo e da terra, os poderes e as habilidades dos deuses. Outro aspecto importante era seu estudo sobre a vida depois da morte. Eles pensavam que a alma não perecia, porém depois da morte, passava de um corpo a outro. Isto influiu em sua grande valentia na hora do combate.

Em todos os lugares do mundo celta, a sabedoria. a literatura e a religião estavam em mãos de um sistema altamente organizado que descansava em três principais classes: os druidas, os bardos e, entre estas duas, uma terceira ordem de adivinhos, conhecidos como "vates" na Galia e "filidhs" na tradição irlandesa. O posto mais alto era ocupado pelos druidas, considerados semidivinos. Eles dirigiam o sistema educacional, faziam cumprir as decisões legais e oficiavam as cerimônias religiosas.

Os celtas foram um povo profundamente religioso, e adoravam uma numerosa coorte de deuses e deusas. Seus rituais religiosos tinham papel primordial na consolidação do poder dos druidas e na manutenção da hierarquia social entre os diferentes chefes e tribos. Os "vates" desempenhavam muitas das funções dos druidas e, em alguns aspectos, constituíam uma subordem dentro do primeiro escalão hierárquico. A literatura era competência dos bardos, ao que parece, tão respeitados quanto os próprios druidas.

A maior parte das historias dos bardos se perdeu pela simples razão que não de preocupavam em escrevê-las. Confiavam na memória da tradição oral.

 

AS CRENÇAS PRIMITIVAS

  

Como a maioria dos outros povos, os celtas primitivos eram animistas, dedicavam sua adoração aos espíritos da natureza, do mar, dos rios, montanhas, etc. A adoração desses espíritos prevaleceu ainda muito tempo depois de haver se desenvolvido culto de divindades pessoais e, de uma forma ou de outra, continuou em cena, mesmo depois do advento do cristianismo.

Na Irlanda, certas árvores, como carvalho e o fresno, eram considerados com reverência, em especial alguns que cresciam junto aos poços sagrados e cujo corte era proibido. Uma certa árvore é descrita como um «deus firme e forte», e a destruição por uma tribo hostil era vista com terror.

As árvores encarnavam o espírito da vegetação e acabaram sendo honradas como deidades. Se uma árvore crescia sobre uma tumba, acreditava-se representar o espírito do morto. Toda árvore que crescia junto a um poço sagrado, era sagrada também. As águas - rios, lagos e poços— eram sagradas e tinham carácter divino ou serviam de morada a uma divindade. Muitos rios eram consideravam sagrados por constituir a morada de um espírito ou deusa e, ainda que não tão frequentemente, de um deus. Nem todos os espíritos das águas eram benéficos. A natureza, às vezes era favorável, outras, hostil.

Na Irlanda se prestava juramento em nome de diversos entes da natureza, entre eles a lua, e tais fenómenos naturais sofriam se tal juramento não fosse cumprido. As actividades agrícolas começavam com a lua minguante para estimular o crescimento das colheitas. Em algumas regiões foram encontradas provas de que se celebravam festejos durante a lua nova.

A adoração aos animais, que mais tarde originou divindades com formas e atributos animais, é universal e também é vista entre os celtas. O javali aparece em muitas insígnias e sua imagem é vista em moedas. O urso era também uma besta sagrada, e seu nome de arlos surge com frequência em denominações de lugares como Arto-dunum ou Artobranos. Também se adorou o cavalo, que aparece como símbolo em muitas moedas. Adorava-se também a serpente, como em muitas outras partes do mundo. A serpente estava relacionada com o mundo inferior e, às vezes, era representada junto a um deus chifrudo, que poderia ser Cernunnos, a divindade do mundo inferior. O carneiro estava relacionado com a adoração dos mortos, e com frequência se encontram estatuetas suas nas tumbas da Galia.

 

Uma foto aérea da Grange Stone Circle em Co.Limerick, composta por 113 pedras eretas, a Grange Stone Circle é a maior e uma das melhores da Irlanda. Foi construído c. 2.200 a.C. após a chegada do povo da Idade do Bronze em Lough Gur.

 

É um local de ritual semelhante às nossas igrejas dos dias atuais e também serviu como um calendário astronômico.


A Cultura Celta

Os Celtas não eram uma raça restrita, nem sequer um povo unificado, mas sim, tribos homogêneas pelo parentesco e por um habitat e costumes comuns, que povoavam o centro da  Europa constituindo uma espécie de agrupamento de comunidades.

A primeira cultura celta passou os Pirinéus por volta de 900 a.c. uns grupos procedentes do vale do Ródano, ocuparam as planícies de Urgel, e estenderamse desde o Ebro oriental até á Catalunha.

Durante dois séculos, os Celtas não pertubaram a vida das povoções do norte da Ibéria; mas a partir de 700 a.c. uns e outros vão preencher a nossa Idade do Ferro com episódios conhecidos de amplas repercusões. Entre este período e o ano de 570 a.c. dão-se três grandes vagas e uma infinidade de vagas intermédias. Por volta do ano 600 a.c. uma destas vagas celtas chegou ao noroeste da península e assentam nas zonas da Galiza, Astúrias, Léon, Zamora,etc... Esta invasão, apesar da sua força, não fez com que se criassem cidades celtas com um certo relevo, mas misturaram-se com as povoações locais criando uma cultura com cariz ibérica e celta: Os Celtaíberos.

Os celtas estiveram presentes em praticamente todo o continente europeu, que possui fragmentos de sua cultura.O seu habitat inicial era o sudoeste da Alemanha, Europa ocidental e central. Com o domínio da agricultura, tecnologia na cerâmica e no bronze, ao longo de séculos, eles invadiram França, Espanha, Tchecoslováquia, sula da Alemanha, Áustria e GrãBretanha.A sua história se estendeu por cerca de dois mil anos (de 1800 aC até o final do século 1 dC). A partir de 660 aC, invadiram a Península Ibérica e, até metade do século 2 aC, expandiram para Ucrânia, Grécia, Ásia Menor, Gália e grande parte da Itália. Quando se fala dos povos celtas, não se fala de um império celta, porque eles viviam em tribos independentes; o poder era dado ao rei, escolhido pelo grupo, e que cuidava do bem-estar da sua comunidade. Quando uma tribo atingia um número determinado de habitantes, ela se dividia. Uma parte para outro lugar a fim de organizar uma nova aldeia, seguindo o sinal que era fornecido pelas aves totêmicas, até chegarem às novas terras. Eles eram organizados política e socialmente em tribos independentes que, ao longo dos anos, foram se espalhando pela Europa. Não são considerados um povo com etnia homogênea, as possuíam a mesma língua e religião, que servia como um elo entre os membros das diversas tribos, dando-lhes a característica de “celta”.

O cotidiano celta era repleto de uma magia natural, que acontecia através da forma com que observavam o mundo. Para os celtas, os mundos físico e espiritual eram um único mundo; não havia separação entre o natural e o sobrenatural. Eles enalteciam o universo natural, reconheciam seu valor na sua energia. A sua mitologia e religião estavam centraliza, representando o amor, a morte, a sexualidade e a fertilidade.O celta percebia que todo homem pertence à grande teia da natureza, e que a vida é uma sucessão de novas experiências e descobertas. Alguns lugares eram considerados sagrados por possuírem uma energia especial, da mesma forma que algumas épocas do ano (estações) eram festejadas com os famosos sabás.

Pode-se dizer que a magia sempre esteve presente no cotidiano celta e podia ser praticada por qualquer um, apesar da existência dos druidas, sacerdotes organizados num clero.

A primeira grande lição que os celtas nos dão é a da observação e do respeito pela natureza. Levavam sempre em consideração a Roda do Ano (estações), os elementos da natureza, os pontos cardeais, o Sol, a Lua, e valorizavam a energia de tudo o que os rodeava. Eles reconheciam a energia dos elementos da natureza. A terra, o ar, o fogo, e a água são representações e formas diferentes de energia, e a partir desses elementos todas as coisas são formadas. É o que chamamos de energia elemental, seres do mundo espiritual cuja tarefa é dirigir o poder divino para as formas da natureza.

As pedras, por exemplo, eram consideradas como as energias espirituais mais antigas da Terra, e guardavam ensinamentos profundos, que eram revelados quando eram reverenciadas. Toda a Bretanha, Irlanda e Grã-Bretanha possuem pedras verticais espalhadas por diversas regiões, com tamanhos diversos. Os celtas se relacionavam com os elementos ecom os seres elementais em seu cotidiano e em rituais de magia. A própria mitologia celta nos dá provas disso quando relata histórias nas quais os heróis se perdem no Outro Mundo, repleto de seres elementais.

A religião celta possui algumas características xamãnicas, pois estava sempre em contato com a natureza e os seus espíritos. Para eles, por exemplo, os animais possuem dons especiais para a cura e sempre nos dão grandes lições de vida. Animais totêmicos representavam a tribo e serviam como proteção. O ogham, alfabeto celta utilizado pelos druidas, é conhecido como alfabeto da árvore, no qual cada letra representa uma árvore com energia e características específicas. Os druidas, como os xamãs, recebiam revelações por sua interação com o Outro Mundo, praticavam a adivinhação e faziam o uso do tambor, da dança e do cogumelo amanita buscaria em seus rituais. A filosofia de vida celta era muito simples: observar as grandes lições da Mãe Natureza, o que é uma grande dificuldade para o homem moderno. Para eles, a vida era um eterno movimento cíclico de transformação permanente: nascemos, crescemos, morremos e renascemos. Há o momento certo para cada coisa: arar a terra, semear, colher. As estações do ano são a provada Natureza de que sempre, após um inverno rigoroso, há a chegada da primavera. Eles nos mostram que é preciso aprender a perder para ganhar depois.

Outra coisa muito bonita e importante nos ensinamentos celtas é o valor que eles davam à amizade, coisa rara nas sociedades modernas em que as pessoas sempre se esquivam das outras, por medo de serem “sugadas”. Para esse povo, uma amizade ultrapassava qualquer fronteira, qualquer plano. Existe a expressão gaélica que retrata muito o valor que davam à amizade, anam cara (amigo da alma), que O’Donohue retratou de uma forma encantadora em sua obra. O conceito de amizade deu aos celtas a idéia de companherismo, solidariedade, fidelidade, amizade profunda e especial. 

 

Os Celtas mantinham uma relação respeitosa e intensa com a natureza, algo que lhes permitiu conhecer e utilizar todos os seus segredos, profundamente relacionados com as energias que dominam o universo.

A cultura Celta é repleta de magia, espiritualidade e culto à natureza. Acreditavam que as palavras registradas graficamente comprometiam a realidade e a energia dos fatos, podendo criar interpretações incorretas da verdade.

Para os celtas, o mundo estava em constante transformação, noção baseada na experiência de observação e de adoração da natureza; o importante é o presente, o momento, a harmonia e a saúde do corpo e do espírito.

O cotidiano celta era repleto de uma magia natural, que acontecia através da forma com que observavam o mundo. Para os celtas, os mundos físico e espiritual eram um único mundo; não havia separação entre o natural e o sobrenatural. Eles enalteciam o universo natural, reconheciam seu valor na sua energia. A sua mitologia e religião estavam centraliza, representando o amor, a morte, a sexualidade e a fertilidade.

O celta percebia que todo homem pertence à grande teia da natureza, e que a vida é uma sucessão de novas experiências e descobertas. Alguns lugares eram considerados sagrados por possuírem uma energia especial, da mesma forma que algumas épocas do ano (estações) eram festejadas com os famosos sabás.

Pode-se dizer que a magia sempre esteve presente no cotidiano celta e podia ser praticada por qualquer um, apesar da existência dos druidas, sacerdotes organizados num clero.

A sabedoria Celta e seus mistérios foram recuperados pela magia Wicca, também conhecida como “luminosa”, que utiliza o poder astral da natureza para honrá-la e respeitá-la.

 

Os Druidas

Os Druidas constituíam a casta sacerdotal dos povos celtas, porém tinham um papel social muito mais amplo do que meros pontífices. Além das atribuições sacerdotais, os Druidas exerciam também funções de médicos, juízes, magos e professores; atuavam também como conselheiros dos reis, por serem grandes sábios, gozando assim de respeito político e social. Na verdade, os Druidas foram grandes iniciados na Tradição Primordial, que é a própria Sabedoria Iniciática das Idades, da qual derivam todas as denominadas ciências esotéricas ou herméticas, legadas de um conhecimento muito antigo, que remonta à 4ª Raça-Mãe Atlante. O Grande Manu Orfeu, iniciador, condutor e legislador dos povos celtas, legou os conhecimentos ocultos da Sabedoria Iniciática apenas uma classe de seres aptos a dela serem fiéis depositários, originando daí a tradição iniciática dos Druidas. Os Druidas, então, como iniciados e guardiões das tradições ocultas, transmitiam-nas oralmente, de boca a ouvido, apenas aos aceitos como discípulos. A iniciação druídica, tal como se verifica em outras tradições, era dividida em 3 hierarquias, de Discípulo, Eubágio e Druida. No campo social, a classe druídica dividia-se basicamente em 3 funções distintas: no ápice da hierarquia, os Druidas propriamente ditos, os grandes iniciados e iniciadores, exercendo as atribuições de pontífices, magos e sábios; abaixo deles, os Vates, que se encarregavam mais particularmente das ciências e da medicina, e os Bardos, que transmitiam ao povo a História das epopeias mitológicas dos celtas, através da poesia e da música. Embora a tradição iniciática fosse transmitida apenas de boca a ouvido, os Druidas foram os responsáveis pela criação e desenvolvimento da escrita Ogham, o alfabeto céltico das árvores. Os Druidas praticavam a alimentação vegetariana, cultuavam o Sol, e adoravam a Natureza em suas mais diversas manifestações e formas de vida, tanto que os templos druidas eram normalmente feitos em cavernas, muitas delas subterrâneas, e também em santuários abertos construídos em grandes pedras (Megalitos), os Menires e os Dólmens, como é o caso de Stonehenge, cujas ruínas ainda existem no Sul da Inglaterra. Embora os romanos costumassem reputá-los como meros feiticeiros bárbaros que se ocupavam em realizar sacrifícios, inclusive humanos, a fim de desqualificá-los, os Druidas desfrutavam também de profundo respeito por parte de iniciados em outras tradições, tanto que o erudito grego Alexandre, o Polímata, que viveu no Século I A.C., qualificou os Druidas como “os mais esclarecidos dos homens”. O filósofo cristão grego Clemente de Alexandria (150 D.C – 215 D.C.), na sua obra “Stromata” afirmou que o próprio gênio filósofo e matemático Pitágoras teria baseado sua doutrina também com base no conhecimento adquirido junto aos Druidas. A Cosmogonia dos antigos celtas, como conhecimento reservado apenas aos iniciados Druidas e transmitido oralmente, era baseada na Trindade Eterna (símbolo da “Triskle”, o Tríplice recinto).

Para os Druidas, a Monada Suprema, a Essência de Deus, como Unidade, polarizava-se em uma Díada, indicando a polaridade e a faculdade criadora andrógina, baseada nos princípios masculino e feminino, em conjunto; a partir dessa polarização da essência monádica, ocorria, através da triplicidade, o mundo manifestado de modo trino em seu sentido macro, com as dimensões Espiritual, Astral e Física, e em seu sentido micro, na própria manifestação trina do Homem, como Espírito, Alma e Corpo. É impressionante notar que o Princípio Cosmogônico celta é idêntico à Cosmogênese Teosófica, que tem sua base nas tradições esotéricas do Norte da Índia e do Tibet (Gupta Vidhya), e que foi “revelada” ao Ocidente apenas no final do Século XIX D.C. por Helena Petrovna Blavatsky. Na Idade Média, a tradição oral druídica foi transcrita em textos conhecidos como “Tríades”, o que proporcionou que a filosofia iniciática dos antigos celtas pudesse ser melhor conhecida. Não por acaso, portanto, o Trevo de 3 folhas, que simboliza as “Tríades”, é um dos emblemas da nação irlandesa, que é descendente direta dos celtas; mais tarde, as antigas Tríades druídicas foram adaptadas ao cristianismo por São Patrício, padroeiro da Irlanda, como a Santíssima Trindade. Para os Druidas, a Árvore Sagrada era o carvalho, com a qual se esculpia a Cruz Céltica, também conhecida como Cruz Solar, consistente em 4 braços (simbolizando a matéria, o quaternário, os 4 elementos Ar, Fogo, Água e Terra e as 4 estações Primavera, Verão, Outono, Inverno), unidos por um círculo, que representa o Sol e o Espírito. Os monastérios druídias formavam verdadeiros colégios iniciáticos e tinham certa semelhança com os monastérios lamaistas tibetanos.

Inclusive, os monastérios druidicos foram precursores dos monastérios cristãos na Europa (beneditinos), após o processo de cristianização das regiões habitadas pelos celtas. O aspecto feminino era muito valorizado e venerado pelos celtas, que era expressado em Dana, mãe do Deus Solar Lug, a Divindade Suprema da religião céltica. Dana simbolizava a Virgem Mãe e a própria Mãe-Natureza, e esta é uma das razões pelas quais as mulheres eram respeitadas e exerciam papel de grande importância entre os celtas, tanto no âmbito social como religioso, pois a casta sacerdotal druída era formada também por mulheres. As Druidesas, sacerdotisas druidas, eram profetisas e formavam grandes ordens iniciáticas femininas, como as que existiram na Ilha de Sein e nas proximidades do Monte Saint-Michel. O druidismo, mesmo combatido por séculos durante o domínio romano sobre as áreas povoadas pelos celtas, conseguiu sobreviver até os primeiros séculos da Idade Média, quando os celtas foram cristianizados pelos trabalhos de evangelizadores como, por exemplo, por São Patrício e São Brandão, na Irlanda, e por São Columba, na Escócia. Não se pode afirmar, contudo, que o druidismo simplesmente desapareceu com a cristianização dos celtas. É mais correto dizer que o druidismo foi, de certo modo, absorvido pelo cristianismo, como uma fusão, tanto que a primitiva Igreja Cristã Céltica, de caráter gnóstico, não se filiou, em um primeiro momento, à Igreja Romana e seus membros eram conhecidos como “culdees”. As tradições celtas e o druidismo influenciaram bastante as lendas medievais como a do Rei Artur e os Cavaleiros da Távola Redonda, em que o próprio célebre personagem mítico Merlin é um Druida.

 

ORAÇÃO CELTA DA AURORA 

 

Subindo as escadas do templo natural de nossos corações,

Nós saudamos o Sol!

Bendita Luz…

O seu toque cálido anima os nossos veículos de argila esculpidos pela Mãe Terra.

Nós subimos com honra e reverência saudando a aurora.

Vem, Ó Doador da Vida!

Nós lhe recebemos no centro do peito.

Nós lhe damos as boas vindas em nossas vidas.

Os nossos olhos brilham refletindo a sua beleza fulgurante.

Vem, Ó Radiante!

Enche-nos com a sua radiância natural.

A madrugada escura, ventre da sua aurora, deu passagem

Aos seus raios, filhos gloriosos da manhã.

Amigo de nossas vidas, nós lhe saudamos!

Em seu abraço luminoso nós começamos mais esse dia, sua dádiva de luz.

Em sua luz embalamos nossos filhos e netos.

E ensinamos a eles o valor de sua luz e a dádiva deste dia.

Falamos a eles do valor da vida.E os ensinamos a dança da luz.

Vem, Ó Amigo da natureza!

Nós lhe agradecemos a dádiva deste dia.

E que ele seja próspero!

E que os nossos corações sejam luminosos e generosos.

Salve Sol!

Salve, Ó Radiante!

Pai da Luz, Pai de nós todos!


PARA SABER MAIS CLIQUE NOS TÍTULOS.

 


"No Natal, o tempo se aprofunda. A imaginação celta sabia que o tempo é uma eternidade disfarçada. Eles abraçaram o dia como um espaço sagrado. Natal nos lembra a glória na simplicidade e maravilha de um dia; desvela o extraordinário que nossas vidas apressadas escondem e negligenciam.

 

Nós recebemos imensas possibilidades. Precisamos desesperadamente fazer esclarecimentos em nossas vidas para deixar nossas almas respirarem. Precisamos cuidar de nós mesmos e especialmente de nossos irmãos e irmãs sofredores."

 

© JOHN O'DONOHUE

Trecho da coleção inédita de John O'Donohue

Fanore, Co. Clare / Irlanda - 2018


26 de dezembro...

 

Na Irlanda, há a 'caçada' simbólica e o sepultamento do REI CORRUÍRA - uma pequena ave cujo nome em irlandês é 'ave druida';

Em Portugal, os festejos começam na véspera e envolvem muita música, comida e desfiles pelas ruas das aldeias, culminando com a coroação de um 'REI'.

E Sto. Estêvão? É o primeiro mártir cristão, cujo nome pode ser traduzido como... 'COROA'...

Para quem tem olhos de ver, um real banquete.